O ano de 2020 foi atípico em todos os sentidos. Com o início de uma pandemia de Covid-19 os hábitos sociais mudaram drasticamente e consequentemente os hábitos de consumo também. Com mais pessoas em casa e com restaurantes fechados os consumidores se viram em um cenário propício para cozinharem em casa.
Com isso a indústria alimentícia se manteve firme durante a pandemia e conquistou um crescimento significativo nos últimos meses. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) o setor industrial de alimentos e bebidas registrou crescimento de 0,8% em faturamento e 2,7% em produção física no primeiro semestre de 2020 em relação com ao mesmo período de 2019.
Esse crescimento é resultado do aumento das vendas de supermercados no Brasil, que segundo o Índice Nacional de Vendas da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), apurado pelo Departamento de Economia e Pesquisa da entidade apontou ser de 3,94% até agosto de 2020 ante o mesmo período de 2019.
Essa é uma boa notícia para nosso setor, pois novas oportunidades surgem com a alta demanda de produtos, porém, essa super demanda gerou também um desequilíbrio, já que hoje ela é maior que a oferta de matéria-prima. Esse cenário nos coloca em alerta, pois há risco de falta de milho no mercado.
Por que o milho corre risco de falta no mercado?
Basicamente essa possibilidade é resultado da oferta e demanda desequilibrada no Brasil. É verdade que em 2020 houve uma grande oferta devido a uma alta produção de milho no país, em contraponto a demanda também cresceu significativamente neste ano, causando um descontrole no quadro.
A área de Inteligência de Mercado da Milhão Ingredients, afirma que outro motivo para a situação do mercado atualmente são os números de exportação que também cresceram em um momento em que temos um dólar histórico, próximo aos R$6,00.
Em números é mais fácil ter essa visão:
A Milhão projeta a produção, estoque inicial e importação no total de 111,6 milhões de toneladas de milho.
No mercado interno os maiores consumidores de milho estão sofrendo o mesmo efeito de maior demanda do que oferta, sendo assim o país deve consumir 73 milhões de toneladas.
Já exportação de milho do Brasil será em torno de 34,5 milhões de toneladas.
As perguntas que ficam são:
Quanto de milho sobra?
A conta é bem simples:
111,6 mi – 73 mi – 34,5 mi = 4,1 milhões de toneladas de milho como matéria-prima.
Quanto tempo vai durar?
A Inteligência de Mercado da Milhão Ingredients, afirma que no ano de 2020 já estamos apertados, porém a preocupação é com o primeiro semestre de 2021. A primeira safra já está atrasada devido à falta de chuva e as projeções são de redução da área de plantação de milho, devido aos preços da soja.
Tudo isso justifica o risco eminente falta de milho antes da chegada da segunda safra (safrinha) e o preço elevado do milho nesse momento.
Como evitar a escassez?
Para dar a volta na situação e evitar a falta do abastecimento das indústrias e consequentemente do produto na mesa do consumidor, a melhor saída agora é antecipar a aquisição de matéria-prima para os estoques.
Essa estratégia vem sendo abordada pelos clientes da Milhão Ingredients que começaram a garantir seus ingredientes para o final do ano. Além disso, nosso time de consultores vem colaborando com os clientes com informações para garantir uma boa estratégia para a produção de final de ano.