Projeções para a safra de milho foram elevadas de 91,5 para 93,5 milhões de toneladas

Acompanhe o mercado do milho – Abril 2017

Por Marsio Antônio*

Nesta semana o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou seu relatório com o balanço de oferta e demanda global dos produtos agrícolas, dentre os quais está o milho.

Em relação à edição anterior (março/17) o relatório trouxe um incremento de 2,30 milhões de toneladas no estoque final mundial da temporada 2017/2017, passando 220,68 para 222,98 milhões de toneladas.

Nas estimativas para o Brasil, o órgão também apresentou alterações em alguns indicadores. Para a safra 2016/2017, as projeções para a safra de milho foram elevadas de 91,5 para 93,5 milhões de toneladas, ou seja, um aumento de 2 milhões de toneladas, o que equivale a um acréscimo de 2,19%. Com isso, os estoques finais da temporada no Brasil foram elevados de 7,84 para 8,57 milhões de toneladas, ou seja, 1,8 milhões de toneladas a mais que na temporada anterior. Para as exportações o volume foi projetado em 32 milhões de toneladas, número ligeiramente superior ao verificado em março, 31 milhões de toneladas.

A CONAB (Cia Nacional de Abastecimento) também divulgou suas estimativas, trazendo uma elevação na produção brasileira de milho, a qual foi apontada em 91,46 milhões de toneladas. Para o órgão, o Brasil encerará a temporada com os estoques finais acumulando um volume 19,86 milhões de toneladas, ante 7,99 do ano anterior, ou seja, um aumento de 148,56%.

Este cenário de abundância na oferta local e global de milho veem pressionando as cotações do grão na BM&FBovespa. O contrato com vencimento em SET/17, que é a principal referência de preços para a segunda safra brasileira, já acumula perdas em torno de 15% neste ano.

Com o bom desenvolvimento da segunda safra do milho no Brasil, a qual segue sem problemas até o momento, a atenção dos agentes do mercado do milho se voltará, nos próximos meses, para as projeções da próxima safra americana que começa a ser semeada em breve.

Caso não haja mudanças substanciais nos números apresentados até o momento, os preços deverão continuar enfrentando fortes dificuldades para uma possível recuperação, configurando assim a manutenção do cenário baixista.